segunda-feira, 19 de abril de 2010

A morte solitária de Marilyn - Manchete ded 18/08/1962

Durante os trinta e seis anos em que viveu, ela perseguiu a glória, a fortuna e o amor. Em nenhuma ocasião, todavia, logrou reter suas conquistas. Diversas vezes Marilyn Monroe teve que começar tudo de novo. Apenas o mito, criado em torno de seu nome, jamais desapareceu. MM, que ganhou celebridade internacional como "a moça da folhinha", foi encontada morta, despida e solitária, num modesto apartamento de Los Angeles.



O fim da deusa loura do cinema entrará no rol dos impenetráveis mitérios de Hollywood. Seu último desejo foi o de ser lembrada como boa atriz e não como uma mulher bonita que exibia o corpo.

"Na minha certidão de nascimento lê-se o nome de Norma Jean Mortenson. Disseram-me, desde pequena, que meu pai morreu num desastre de automóvel antes que eu nascesse. É tudo o que sei sobre minha origem e é o que sempre respondo quando me indagam a esse respeito. Na verdade, jamais pude comprovar esta história."

Marilyn Monroe fez esta revelação, anos atrás, ao jornalista Pete Martin, incumbido de escrever uma de suas muitas biografias. "Notei desde o inicio", contou ele a alguns amigos, "que a estrela não gostava de falar do passado. Muitas vezes confundia fatos e trocava datas de propósito, com o fim de deixar as coisas um tanto ou quanto obscuras."O certo é que a pequena Norma nasceu e cresceu como órfã. Morou um tempo com a mãe e, também, com uma tia. Tinha onze anos de idade quando foi levada para um orfanato. O pessoal do Los Angeles Orphan"s Home ainda se recorda da menina morena que ali entrou chorando, enquanto repetia: "Eu não quero ficar aqui, não quero! Eu não sou órfã. Minha mãe ainda está viva."

Os responsáveis pelo internamento tinham sido os Lesters, casal de artistas aos quais Gladyz, mãe de Norma, confiara a filha. Como passassem tres meses sem que Gladyz remetesse qualquer dinheiro para o sustento da menina, seus anfitriões resolveram interná-la. No entanto, Norma Jean foi designada para trabalhar na cozinha. Três vezes por dia lavava e enxugava pratos, copos e talheres de cem pessoas.

Durante dois anos ficou encerrada naquele casarão. Sua mãe, embora sofrendo das faculdades mentais, tirou-a do internato. Mas, o mal já estava feito: Norma contraíra tremendo complexo de inferioridade. Chegou a comentar com uma amiga: "Durante aqueles vinte e quatro meses eu quase quase não abri a boca para falar. Acabei, mesmo, ficando com medo de pronunciar qualquer palavra. Durante as aulas, no orfanato, era sempre ridicularizada pelos colegas, pois só respondia errado aos professores. Tinha a impressão de que todas as pessoas eram más. Aliás, até hoje não me sinto bem nas festas e recepções nas quais há muitos desconhecidos."

Com treze anos de idade, iniciou uma peregrinação pelas casas de diversas familias, membros de instituições beneficentes da infância desamparada. Dois anos depois, tendo sofrido muitos dissabores, foi recebida por Ana Lower. Era uma viúva que não tinha filhos. Desde o primeiro dia, simpatizou com Norma Jean. Espirituosa e inteligente, sabia que o afeto das crianças não pode ser comprado apenas com doces. Tocava piano e sua diversão predileta consistia em cantar com a menina. Certa ocasião, deu-lhe de prssente um suéter azul. No dia seguinte, a pequena causou sensação na escola. Já tinha o busto bastante crescido e o suéter lhe realçava as formas.

"Lembro-me", conta Marilyn, "que naquele dia eu fui a grande sensação da escola. Os rapazes me rodearam e cantaram em coro: Norma Jean - human bean (feijão humano)."Foi Ana Lower quem apresentou a filha adotiva a Jim Dougherty. O rapaz, com 21 anos de idade, ja fora corretor de imoveis, mecanico de geladeiras, auxiliar de tipógrafo, balconista de bar e auxliar de escritório numa companhia de aviação. O namoro entre os dois foi rapido. Meses após o primeiro encontro, a própria benfeitora da moça encarregou-se de redigir o seguinte convite: "Ana Lower tem o prazer de convidá-lo para assistir ao casamento de sua sobrinha Norma Jean Mortenson com o senhor James E. Dougherty, a realizar-se no dia 19 de junho de 1942, na residência do casal Chester Howell, Avenida South Benftley, Los Angeles, Califórnia." A futura estrela tinha, então, 16 anos de idade.

Foram morar com os pais de Jim num subúrbio de Los Angeles. Norma não suportou os pais do marido e passava os dias trancada no quarto. Mudaram-se então para uma casinha, mas o casamento já estava praticamente desfeito. Dougherty foi convocado para o serviço militar. Embarcou num navio, em San Francisco, e rumou para as Filipinas. A esposa, sozinha, empregou-se numa fábrica de material bélico. O divórcio foi decretado enquanto Jim lutava na Pacifico. Pouco depois, Marilyn quase caiu em desespero, quando Ana Lower morreu. No seu primeiro trabalho, todavia, surgiu a sua primeira chance. Ela própria contou a Pete Martin:
"Era uma fábrica de pára-quedas. Um dia apareceram por lá uns fotógrafos do exército, encarregados de documentar o nosso trabalho. Pediram para tirar minha foto, sem separado. Um deles perguntou se eu não tinha um suéter. Semanas depois o mesmo fotógrafo apareceu na fábrica com um belissimo Ecktachrome, perguntando se eu não queria ser modelo. Só então cheguei a conclusão de que ganhar cinco dólares por hora, posando, não deveria ser nada mau."

As colegas de trabalho aconselharam-na a procurar, em Hollywood, uma escola de elegância chamada Blue Book. Ali ela aprenderia etiqueta e a arte de ser modêlo. Mas, não seria aquela a sua primeira ida à capital do cinema. Ana Lower costumava dar-lhe dinheiro para ali passear aos domingos. Queria encontrar nas ruas algum artista famoso, mas isso nunca aconteceu.
Em Hollywood, fez amizade com Miss Snively, proprietária da Blue Book, que, além de escola, também era agência de modelos. Ganhava 80 dólares semanais, enquanto aprendia de "A" a "Z" a arte de posar para uma câmara. Figurou em anúncios de cervejas e dentifricios. Ela mesma contou, certa ocasião:
"Apareci nas capas de dezenas de revistas. Cada vez inventavam um nome diferente para mim: Norma Jean Dougherty, Norma Jean Baker, Jean Norman e uma porção de outros. A maioria das fotos era "sexy"."

De filha de mãe com problemas mentais, ela transformou-se num ícone do cinema mundial


A Imprensa americana tentou por todos os meios inventar um romance de MM com o francês Yves Montand. Eles trabalharam juntos no filme "Adorável Pecadora". O galã europeu declarou: "Marilyn é a mulher mais torturada do mundo. Tem medo de envelhecer."



Quando se separou de Joe Di Maggio, disse: "As mulheres que buscam a felicidade no casamento não podem ter Tv no quarto de dormir."

"Excepcionalmente, posei, de maneira bucólica, para uma revista chama Family Circle." Segurava uma carneirinho. A colunista Hedda Hopper escreveu, então, que o célebre Howard Hughes se interessara pela minha foto e que mandria chamar-me para uma entrevista. Mas isso não aconteceu. No entanto, fui procurada por Harry Lipton, da Fox, que me apresentou a Ben Lyon, descobridor de talentos da companhia. Assinei um contrato de 125 dólares por semana. Confesso que, até então, eu jamais sonhara em ser artista de cinema. Apenas queria ganhar mais dinheiro."

Ivan Kahn, auxiliar de Lyon, na Fox, descreveu, anos atrás, num artigo, como transcorreu o primeiro dia de Marilyn Monroe no estúdio: "Quando ela entrou no palco, Ben Lyon pôs-se a gritar: Olhem! Olhem! Jean Harlow ressuscitou! A moça ainda estava um tanto atordoada com aquela recepção, quando Ben acercou-se dela e acrescentou,  eufórico: E não só Jean Harlow, não, sabe? Você também lembra muito Marilyn Miller. Mas, desculpe, eu esqueci de perguntar o seu nome. A moça respondeu com timidez: Norma Jean. Ben Lyon prosseguiu: Precisamos arranjar-lhe outro nome. Algo que tenha a ver com Jaen Harlow. A loura mal conseguia argumentar: O nome de solteira de minha mãe era Monroe e eu gostaria de conservá-lo. Ben roeu a unha nbervosamente e concluiu: Deixe-me ver, Jean Monroe ...Não, não soa bem. Espere, mas nós também falamos em Marilyn Miller. Que tal Marilyn Monroe? Assim foi batizada a nova estrela."

O primeiro papel de Marilyn Monroe, no cinema, foi muito simples. Num cenário de bar de segundda classe, ela devia ficar sentada com um copo de uísque na mão. O galã entrava em cena e não lhe dava a menor confiança. A atriz aproximava-se dele, emitia um lânguido "alô" e via-o afastar-se. Mas quando o filme ficou pronto, o diretor julgou a tal cena desnecessária e suprimiu-a do roteiro. O que aconteceu em seguida foi narrado pelo famoso Ben Hecht, num recente livro sobre Hollywood: "Marilyn Monroe tinha um contrato de atriz principiante, na Fox, para fazer quartos e quintos papéis. Assim, estava com o ganha-pão assegurado e não precisava mais posar para anúncios. Um dia, recebeu a comunicação de que o seu contrato fôra cancelado e tentou o suicidio. Felizmente, com insucesso. Joe Schenk obteve-lhe, então, com Harry Cohn, um contrato para a Columbia. Duas semanas depois, ela recebeu um recado: Cohn queria conhece-la. Apresentou-se. Harry mostrou-lhe uma bela fotografia: Gosta? Era de um belo iate. Lindo, disse Marilyn. Que tal passar o fim-de-semana neste iate? A lourinha nem pestanejou: Teria imenso prazer em passar o fim-de-semana com o senhor e a sua esposa. O chefão ficou rubro: Como ousa falar em minha esposa? Quem você pensa que é para se misturar com a minha familia? Ponha-se daqui pra fora e aprenda a ser educada! Marilyn dirigiu-se para a porta, mas, antes de sair, teve um rasgo: Espero que o senhor, futuramente, renove seu convite, Mr. Cohn! Era audácia demais. Um grito encerrou o caso: Está despedida! Nunca mais volte ao meu estúdio! Marilyn Monroe partiu, e, com ela, 50 milhões de dólares de futuras bilhererias..."

Durante meses ficou sem qualquer trabalho e gastou até o seu último centavo. Lembrou-se, então, de Tom Kelley, um fotógrafo com o qual fizera amizade nos tempos da Blue Book. Souve que ele retratava moças despidas e vendia as fotos para uma companhia impressora de calendários. Kelley era o tipo do sujeito honesto. Antes de retratar qualquer modelo, costumava prevenir: "Saiba que você será reproduzida em milhares de folhinhas, a serem espalhadas por todo o território americano." Marilyn posou para uma foto, tendo como fundo uma cortina de veludo grená. Estava inteiramente nua. Já pouco tempo, ela revelou: "O trabalho de Keley não demorou mais de 15 minutos. Para mim, todavia, dura até hoje."

Recebeu 50 dólares pela fotografia. Mas teve sorte, pois recebeu um telefonema da Metro. Encaminharam-na ao estúdio "C", onde foi recebida por um rapaz alto. Era John Huston que, laconicamente, perguntou-khe: "Você sabe representar?" O jovem diretor explicou-lhe, em poucas palavras, qual seria o seu trabalho em "ASphalt Jungle" (O Segredo das Jóias). Louis Calhern ficaria sentado num sofá e ela, deitada sobre sua perna, ema titude de amantezinha estúpida e sofisticada, deveria olhar para o ator e chamá-lo de "titio", com voz de boneca. A cena saiu perfeita e quando o filme (um dos clássicos do cinema americano) foi exibido, a Metro recebeu milhares de cartas indagando: "Quem é aquela loura?"

Os diretores do estúdio quiseram, logo, contratá-la. Mas era tarde. A Fox passara-lhes à frente, oferecendo à atriz principiante 500 dólares por semana. A sorte começara a sorrir para ela com toda a intensidade. Obeteve outro pequeno papel.



segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Afrânio Coutinho


"Há um sentimento desconhecido das gerações olímpicas de antes de 1914, e que é experimentado agudamente, pelos homens nascidos com o século. É a instabilidade, a incerteza do dia de amanhã, a impressão de que tudo para nós é provisório, passageiro, não tem sentido perene. Esse sentimento de provisoriedade, que Strowski e Crémieux entre outros estudaram no homem contemporâneo, e que tão bem testemunha a Literatura, constitui a origem de toda a nossa crise; crise moral, a ausência de laços normativos; crise psicológica, a incerteza ou a falta de direções doutrinárias, a inaptidão para os trabalhos da inteligência, a debilidade mental; a crise metafísica e crise religiosa, a incapacidade de viver em profundidade. Essa a nossa crise, que a inquietude contemporânea, o novo mal do século, exprimiu com patetismo. Só lhe escapam os conformados e satisfeitos, os que não indagam sobre o próprio destino, os acomodados em seu vazio interior. Todos nós, diz um de nossos companheiros, temos o ímpeto estouvado e o açodamento de quem receia perder o comboio. Não sabemos para onde se dirige, nem mesmo se partirá; mas é preciso tomar antes dos outros nosso lugar no comboio."

Correntes Cruzadas - Editora a Noite, 1953.
Á venda na http://www.livrariaphylos.com.br/

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Frank Herbert, o autor da série Duna



Frank Herbert nasceu em 1920 em Tacoma, Washington. Desde cedo soube que queria ser escritor e, em 1939 mentiu sobre a sua idade para conseguir o seu primeiro emprego no jornal Glendale Star.

Houve um hiato temporário em sua carreira de escritor enquanto ele serviu na marinha americana como um fotógrafo durante a Segunda Guerra Mundial. Ele casou-se com Flora Parkinson em 1941, mas se divorciou em 1945 após o nascimento de sua filha.
Depois da guerra, ele foi até a Universidade de Washington onde conheceu Beverly Ann Stuart numa turma de escrita criativa em 1946. Eles eram apenas estudantes numa turma onde ninguém havia vendido qualquer tipo de publicação—Herbert havia vendido duas histórias para revistas e Stuart havia vendido uma história para revista Modern Romance. Eles se casaram em Seattle em 20 de junho de 1946. Seu primeiro filho, Brian Herbert nasceu em 1947. Frank Herbert não se formou em uma faculdade, de acordo com Brian, porque ele só estudava o que lhe interessava e, portanto, não conseguia completar os cursos necessários.
Depois da faculdade, ele retornou ao jornalismo, trabalhando no Seattle Star e no Oregon Statesman. Ele também foi escritor e editor da revista California Living (da San Francisco Examiner) por mais de uma década.
Herbert começou a ler ficção científica nos anos quarenta e, na década de 50 começou a escrevê-la, com pequenas histórias que eram publicadas em Startling Stories e outras revistas. Durante essa década publicou cerca de 20 histórias.
Herbert recusou-se a permitir que a grande banda inglesa de heavy metal IRON MAIDEN utilizasse o nome da sua obra "Duna" num dos seus temas do album "Piece of Mind", pois como americano não lhe agradava boa música, coroando-se assim como "The greatest douche of the universe". A música de Iron Maiden ficou conhecida como "To Tame a Land"
Sua carreira como romancista começou com a publicação de The Dragon in the Sea em 1955, história ambientada num submarino do século 21 como uma forma de explorar sanidade e loucura. O livro previu os conflitos mundiais sobre a produção e o consumo de petróleo. O livro foi um sucesso de crítica, mas não atingiu grande sucesso comercial.
Herbert começou a pesquisar Duna em 1959 e pode dedicar-se em tempo integral a obra porque sua esposa voltou a trabalhar em tempo integral como escritora de propagandas para lojas de departamento. Helbert relatou mais tarde em sua entrevista com Willis E. McNeilly que o romance iniciou-se quando ele supostamente deveria escrever um artigo sobre dunas de areia de Florence, Oregon, mas ele ficou tão envolvido que retornou com muito mais material do que seria necessário para um simples artigo. O artigo nunca foi escrito, mas serviu como base para as idéias que levaram a "Duna".
Depois de seis anos de pesquisa e escrita, Duna foi terminado em 1965. Muito longe do que se esperava de ficção científica na época, ele foi publicado na revista Analog em dois volumes separados, em 1963 e 1965. Ele foi rejeitado por aproximadamente 20 editoras antes de finalmente ser aceito. Um editor profeticamente escreveu "Posso estar cometendo o erro da década, mas...," antes de rejeitar o manuscrito. Mas Chilton, uma editora de pequeno porte na Filadélfia deu a Herbert um adiantamento de U$7500,00 e Duna logo foi um sucesso de crítica. Ele ganhou o prêmio Nebula pelo melhor romance em 1965 e dividiu o prêmio Hugo em 1966. Duna foi o primeiro romance de ficção científica ecológico, contendo uma grande quantidade de temas inter-relacionados e diferentes pontos de vista de seus personagens - uma característica presente em todo o trabalho maduro de Herbert.


O livro não se tornou um bestseller instantâneamente. Em 1968 Herbert ganhara U$2000,00 com suas publicações, muito mais do que os romances de ficção científica da época estavam lucrando, mas não o suficiente para torna-lo um escritor em tempo integral. Entretanto, a publicação de Duna abriu muitas portas. Ele foi um professor de escrita no Seattle Post-Intelligencer de 1969 até 1972 e estudante de uma série de temas interdisciplinares na Universidade de Washington (1970–2). Ele trabalhou no Vietnam e no Paquistão como consultor social e ecológico em 1972. Em 1973 foi diretor de fotografia do programa de televisão The Tillers.


"Um homem é um idiota em não colocar tudo de si, a qualquer momento, no que está criando. Você está fazendo a coisa no papel. Você não está destruindo, está plantando uma semente. Então, não se preocupe com inspiração, ou qualquer coisa como isso. É apenas uma questão de sentar e trabalhar. Eu nunca tive problemas em escrever apenas um parágrafo. Eu já ouvi falar disso. Eu me sentia relutante em escrever em alguns dias, por semanas inteiras, e as vezes até por mais tempo. Eu preferiria muito mais ir pescar, por exemplo, ou apontar alguns lápis, ou ir nadar, ou por que não? Mas, depois, retornando a leitura do que eu havia produzido, eu era incapaz de detectar a diferença do que veio facilmente e do que eu fiz quando me sentei e disse "Bem, agora é hora de escrever e agora eu vou escrever". Não havia diferença entre um papel e outro." - Frank Herbert


Em 1972 ele pode se tornar um escritor em tempo integral e durante os anos 70 e 80, teve um sucesso comercial considerável como escritor. Ele viveu entre os estados do Hawaii e Washington. Em sua época ele escreveu vários livros e abordou temas ecológicos e filosóficos. Ele continuou a saga Duna, continuando com O Messias de Duna, Os Filhos de Duna e O Imperador Deus de Duna. Outros textos foram The Dosadi Experiment, The Godmakers, The White Plague e os livros que escreveu em parceria com Bill Ransom: The Jesus Incident, The Lazarus Effect e The Ascension Factor.


Mas sua ascensão foi marcada por tragédia. Em 1974, Bervely foi operada de cancer, o que deu a ela mais dez anos de vida, mas afetou sua saúde. Ela morreu em 7 de fevereiro de 1984. Em sua dedicatória em As Herdeiras de Duna, Herbert escreveu uma nota para sua esposa.
1984 foi um ano tumultuado na vida de Herbert. No mesmo ano que sua esposa morreu, sua carreira decolou com o lançamento da versão filmada de Duna, por David Lynch. Apesar da grande expectativa, de uma produção com grande orçamento e com um elenco classe A, o filme foi pouco elogiado pela crítica e público nos Estados Unidos. Entretanto, apesar da resposta americana desapontadora, o filme foi um sucesso na Europa e no Japão. No mesmo ano Herbert publicou o quinto livro da saga, Os Hereges de Duna. Finalmente, após a morte de Bervely, Herbet casou-se com Theresa Shackelford depois de um ano.
Em 1986 Herbert publicou As Herdeiras de Duna, que deixou em aberto várias possíveis sequências para a saga. Esse foi o trabalho final de Herbert que morreu de cancer do pancreas em 11 de fevereiro de 1986, na cidade de Madison, Wisconsin com 65 anos.


Continuação da série


Atualmente, Brian Herbert (filho de Herbert) e Kevin J. Anderson iniciaram adições ao universo de Duna, usando notas deixadas para trás pelo próprio Frank Herbert. As notas continham textos de antes dos eventos de Duna e depois de As Herdeiras de Duna. Agora eles estão preparando os dois romances subsequentes, chamados Hunters of Dune (Caçadores de Duna) e Sandworms of Dune (Vermes da Areia de Duna), baseado nos rascunhos de "Duna 7" deixados antes da morte de Herbert.


Idéias e temas


Eu acho que ficção científica ajuda, e aponta em direções muito interessantes. Ela aponta para direções relativas. Dizem que temos imaginação para essas outras oportunidades, essas outras escolhas. Nós tendemos a nos prender às escolhas limitadas. Nós dizemos "Bem, a única resposta é..." ou "Se você apenas..." qualquer coisa que se siga a essas duas afirmações elimina as alternativas aí mesmo. Coloca a visão tão próxima ao chão que você não consegue ver nada mais do que ocorre a sua volta. Humanos tendem a não olhar à longa distância. Agora, somos requisitados, nessas gerações, a ter uma visão mais ampla sobre o que inflingimos ao mundo a nossa volta. Aqui é, eu acho, onde a ficção cientifica está ajudando. Eu não acho que apenas escrevendo um livro como Incrível Mundo Novo ou 1984 evita as coisas ali retratadas de acontecerem. Mas eu acho que elas nos alertam e tornam a possibilidade menos provável. Ela nos torna conscientes de que podemos estar tomando essa direção." - Frank Herbert.



Frank Herbert usou seus romances de ficção científica para explorar idéias complexas envolvendo filosofia, psicologia, política e ecologia, o que despertou o interesse de muitos de seus leitores nessas áreas. Um traço marcante no trabalho de Frank Herbert é a sua fascinação pela questão da sobrevivência humana e sua evolução. Frank Herbert atraiu um conjunto de fãs fanáticos, muitos dos quais lêem todos os trabalhos de Herbert, ficção ou não, e vêem Frank Herbert como uma espécie de guru. Na verdade, foi devido a essa devoção que alguns dos leitores de Herbert foram acusados de tentar criar um culto.


Existe um grande número de temas chave no trabalho de Herbert:


. A preocupação com liderança. Ele explorava especialmente a tendência humana de seguir lider carismáticos de maneira praticamente escrava. Ele lidava profundamente com as fraquezas e potenciais da burocracia e do governo;

. Herbet foi provavelmente o primeiro autor de ficção científica a popularizar as idéias sobre Ecologia e Pensamento Sistêmico. Ele estressou a necessidade dos seres humanos de pensar tanto sistemicamente quanto a longo prazo.

.O relacionamento entre religião, política e poder;

. A sobrevivência humana e evolução: Herbert escreveu os Fremen, os Sardaukar, e o Dosadi, que eram moldados pelas terríveis condições de vida em perigosas super-raças;


. Possibilidades humanas e seu potencial: Herbert trouxe os Mentats, as Bene Gesserit e a Bene Tleilax como diferentes visões das possibilidades humanas;


. A natureza da sanidade e da loucura. Frank Hebert era muito interessado no trabalho de Thomas Szasz e Anti-psiquiatria;


Os possíveis efeitos e consequências da alteração química da consciência, como com a Melange na saga Duna;


. Como as formas de linguagem moldam a forma que a população pensa. Mais especificamente Herbert foi influenciado pela Semântica Geral de Alfred Korzybski;


. Sociobiologia. Como os instintos inconscientemente influenciam o comportamento e a sociedade;


. Aprendizagem, educação e pensamento;


. A influência do subconsciente nas atitudes humanas;


Frank Herbert cuidadosamente esquivou-se de oferecer respostas para seus leitores para muitas das questões que ele explorou, sendo a escrita em multi-camadas sua característica mais marcante.


Status e impacto na ficção científica


Duna é um romance de ficção científica best-seller mundial, o mesmo vale para a saga Duna também best seller na área. Além disso, Duna foi fortemente aclamado pela crítica, ganhando o prêmio Nebula em 1965 e dividindo o prêmio Hugo em 1966. De acordo com Robert A. Heinlein, o épico de Herbert é "poderoso, convincente e muito engenhoso".


Duna também é considerado um marco entre os romances por uma série de razões:


Como o romance de Heinlein, de 1961, Um Estranho numa Terra Estranha, o livro Duna de 1963 representou um movimento para uma abordagem mais literária dos romances de ficção científica. Antes de sua época, dizia-se que tudo o que era necessário para um livro de ficção científica ter sucesso era uma ideia tecnólogica de sucesso. Caracterização e uma boa história ficavam em um distante segundo plano.


Duna é um marco em ficção científica suave. Herbert deliberadamente suprimiu a tecnologia no seu universo, para que pudesse trabalhar o futuro da humanidade, ao invés do futuro da tecnologia da humanidade. Duna considera a forma que os humanos e suas instituiçães evoluíram pelo tempo.
Duna foi o primeiro grande romance de ficção científica ecológico. Frank Herbert foi um grande percursor de idéias científicas; muitos dos fãs dão a Frank Herbert o crédito por introduzir-lhes a filosofia e psicologia. Em Duna ele ajudou a popularizar o tempo ecologia e alguns dos seus principais conceitos, visivelmente expondo o senso de alerta global. Gerald Jones mostra no New York Times Book Review: "Tão completamente o sr. Herbert trabalhou as interaçães do homem, da fera, da geografia e do clima que Duna se tornou um padrão para o novo subgénero de ficção científica 'ecológica'. Enquanto a popularidade de Duna cresce, Herbert embarcou em um tour académico pelos capus das faculdades, explicando como as preocupações ambientais de Duna eram análogas as nossas próprias.


Finalmente, Duna é considerado uma construção de um mundo verdadeiramente épica. O Library Journal reporta que "Duna é para ficção científica o que O Senhor dos Anéis é para fantasia." Frank Herbert imaginou cada faceta de sua criação. Ele amavelmente incluiu glossários, citações, documentos, e histórias, para tornar o seu universo vivo aos olhos de seus leitores. Nenhuma história de ficção científica anteriormente assemelhou-se tanto a realidade.


Herbert escreveu mais de vinte romances após Duna que são avaliados como de qualidade variável. Livros como The Green Brain, The Santaroga Barrier e Hellstrom's Hive aparentemente relembraram os tempos anteriores a Duna, quando uma boa idéia tecnológica era o único elemento necessário para um bom romance de ficção científica.
Herbet nunca igualou a aclamação da crítica que recebeu por Duna. Nem mesmo suas sequências de Duna ou qualquer um de seus outros livros ganhou os prémios Hugo ou Nebula, embora quase todos tenham sido Bestsellers do New York Times. Alguns acharam que Os Filhos de Duna era quase muito literário e muito sombrio para ganhar o reconhecimento que ele tenha recebido, e que The Dosadi Experiment não foi um épico da qualidade que os fãs esperavam.


Para concluir, Malcolm Edwards, na Enciclopédia da Ficção Científica escreveu: "Muito do trabalho de Herbert torna a leitura difícil. Suas idéias genuinamente desenvolveram conceitos, não meramente noções decorativas, mas elas são muitas vezes envolvidas em trechos excessivamente complicados e em prosa articulada que muitas vezes não se igualam ao nível de pensamento... Seus melhores romances, entretanto, são os trabalhos de intelecto especulativo com poucos rivais na [ficção científica] moderna.


Controvérsias


Desde a morte de Frank Herbert, há muita controvérsia entre seus fãs se os novos livros do Duna, escritos por Brian Herbert e Kevin Anderson, devem ou não ser considerados canônicos. Muitos críticos argumentam que os livros subsequentes não tem a qualidade da série original e falham na articulação de ideias complexas sobre a vida humana - principal preocupação de Frank Herbert. Brian Herbert disse que seu pai pediu a ele que escrevesse novos romances de Duna (especialmente a história do Jihad Butleliano).


Depois que Brian soube do estado do seu pai, os dois trabalharam juntos para colaborar em alguns nos últimos trabalhos. Muitas pessoas interpretam isso dizendo que os trabalhos seguem os desejos e intenções de Herbert, enquanto outros discordam, citando discrepâncias aparentes em fatos e temas entre os livros originais e os novos.


Brian Herbert diz que em suas posses, ele tem notas feitas por Frank Herbert de dois outros livros (7 e 8) do universo Duna, sequências de As Herdeiras de Duna intitulados Caçadores de Duna (Hunters of Dune) e Vermes da Areia de Duna(Sandworms of Dune), respectivamente. Alguns fãs mostram-se em dúvida se Brian Herbert realmente tem as notas, citando divergências de sua interpretação da visão de Frank Herbert e alegando que o reaparecimento das notas é muito conveniente. Contra isso, tem se argumentado que Brian é o herdeiro de Frank e que, portanto, todas as notas de Frank necessariamente estariam sob sua posse; além disso, é amplamente conhecido que Frank Herbert trabalhava em vários livros ao mesmo tempo e mantinha diversas notas.


Outra controvérsia é que entre os fãs que viram a Enciclopedia de Duna como a mais canónica (exceto nos pontos onde o próprio Frank Herbert a contradisse) e citam discrepâncias entre ela e os livros de Brian Herbert. Esse é um ponto menor, já que Frank Herbert não a classificou como canônica, e não hesitou em contradizê-la, apesar de tê-la achado "interessante e divertida". Apesar de sua opinião, Brian é o herdeiro das propriedades criativas de Herbert, então, suas adições a Duna são a prima facie para onde a Enciclopédia de Duna está voltada.


Adaptações no cinema


O filme, Duna, foi dirigido por David Lynch em 1984. Embora não tenha agradado nem aos críticos nem ao público, Frank Herbert gostou do filme. O filme também foi adaptado para vídeo e DVD. Duna foi transformado em uma mini-série de TV pelo Sci Fi Channel em 2000. Foi um sucesso comercial e o Sci-Fi Channel continuou a saga com outras mini-séries em 2003, intituladas Filhos de Duna que misturas partes dos livros O Messias de Duna e Os Filhos de Duna.


Jogos inspirados


Dune e Dune II-The Building of a Dinasty (Virgin Entertainement), além de outros, são inspirados nas obras de Frank Herbert. Em Dune, no estilo RPG/Adventure o personagem principal é Paul Atreides recém chegado a Duna. O jogo tem o enredo bastante baseado no livro, desde a chegada de Paul e a conquista da confianca dos fremen, até a derrota do imperador.


Já Dune II segue a linha de estratégia em tempo real (sendo inclusive um dos primeiros do gênero, com versões para PC, Genesis Megadrive, etc), onde se pode escolher dentre três casas: Atreides, Harkonnen e uma terceira nao presente no livro, a casa Ordos. Um Mentat lhe dará instruções e conselhos, e lhe dirá o objetivo da "missão". Construções são erguidas, tropas equipadas, muralhas construídas, veículos comprados a fim de aniquilar o inimigo. Cada casa tem tropas e veículos diferentes, e nas últimas fases, unidades únicas com as características de cada casa (Tropas de Fremen, Sabotadores e misséis a longa distância chamados Mãos-da-Morte).




Bibliografia


Ficção

 Romances


The Dragon in the Sea: Revista: Astounding, Novembro de 1955–Janeiro de 1956. Primeira edição: Nova Iorque: Doubleday, 1956. Também intitulada Under Pressure.


Duna: Revista: Analog, Dezembro de 1963–Fevereiro de 1964 (Parte I, como "Dune World"), e Janueiro–Maio de 1965 (Partes II e III, como "The Prophet of Dune").Primeira edição: Filadelphia: Chilton Books, 1965.


The Green Brain: Revista: Amazing, Março de 1965, com o título "Greenslaves." Primeira edição: Nova Iorque: Ace, 1966.


Destination: Void: Revista: Galaxy, Agosto de 1965, como "Do I Wake or Dream?" Primeira edição: Nova Iorque: Berkley, 1966 revisado em 1978.


The Eyes of Heisenberg: Revista: Galaxy, Junho–Agosto de 1966, como "Heisenberg's Eyes." Primeira edição: Nova Iorque: Berkley, 1966.


The Heaven Makers: Revista: Amazing, Abril–Junho 1967. Primeira edição: Nova Iorque: Avon, 1968


The Santaroga Barrier: Revista: Amazing, Outubro de 1967–Fevereiro de 1968. Primeira edição: Nova Iorque: Berkley, 1968


Dune Messiah: Revista: Galaxy, Julho–Novembro de 1969. Primeira edição: Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1970.


Whipping Star: Revista: Worlds of If, Janeiro–Abril de 1970. Primeira edição: Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1970.


Soul Catcher, Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1972.


The Godmakers: Revista: Astounding, Maio de 1958, "You Take the High Road," Astounding, Maio de 1959 "Operation Haystack," e Fantastic, Fevereiro de 1960, "The Priests of Psi." Primeira edição: Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1972.


Hellstrom's Hive: Revista: Galaxy, Novembro de 1972–Março de 1973, "Project 40." Primeira edição: Nova Iorque: Doubleday, 1973.


Os Filhos de Duna: Revista: Analog, Janeiro–Abril 1976, "Os Filhos de Duna". Primeira edição: Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1976.


The Dosadi Experiment: Revista: Galaxy, Maio–Augosto de 1977 "The Dosadi Experiment". Primeira edição: Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1977.


The Jesus Incident (com Bill Ransom): Revista: Analog, Fevereiro de 1979.


Direct Descent: Revista: Astounding, Dezembro de 1954, "Packrat Planet". Primeira edição: Nova Iorque: Ace Books, 1980.


O Imperador Deus de Duna, Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1981.


The White Plague, Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1982.


The Lazarus Effect (com Bill Ransom),Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1983.


Os Hereges de Duna, Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1984.


As Herdeiras de Duna, Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1985.


Man of Two Worlds (com Brian Herbert), Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1986.


The Ascension Factor (com Bill Ransom), Nova Iorque: G.P. Putnam's Sons, 1988.


[editar] Coleções de ficção curta


The Worlds of Frank Herbert, Nova Iorque: Ace, 1971.


Contém: "The Tactful Saboteur," "By the Book," "Committee of the Whole," "Mating Call," "Escape Felicity," "The GM Effect," "The Featherbedders," "Old Rambling House," e "A-W-F Unlimited."


The Book of Frank Herbert, Nova Iorque: DAW Books, 1973 (rascunho).


Contém: "Seed Stock," "The Nothing," "Rat Race," "Gambling Device," " Looking for Something," "The Gone Dogs," "Passage for Piano," "Encounter in a Lonely Place," "Operation Syndrome," e "Occupation Force."


The Best of Frank Herbert; também publicado como: The Best of Frank Herbert 1952–1964 e The Best of Frank Herbert 1965–1970


Contém: "Looking for something?," "Nightmare Blues," "Dragon in the Sea (resumido)," "Cease Fire," ""Egg and Ashes," "Marie Celeste Move."


"Committee of the Whole," "Dune (resumido)," "By the book," "The Primitives," "The Heaven Makers (resumido)," "Seed Stock."


The Priests of Psi


Contém: "Try to Remember," "Old Rambling House," "Murder Will In," "Mindfield," "The Priests of Psi."


Eye, (Jim Burns, ilustrador), Nova Iorque: Berkley, 1985.


Contém: "Rat Race," "Dragon in the Sea," "Cease Fire," "A Matter of Traces," "Try to Remember," 'The Tactful Saboteur," "The Road to Dune," "By the Book," Seed Stock," Murder Will In," "Passage for Piano," "Death of a City," e "Frogs and Scientists."


[editar] Ficção curta


"Survival of the Cunning", Esquire, Março de 1945.


"Yellow Fire", Alaska Life (Alaska Territorial Magazine), Junho de 1947.


"Looking for Something?", Startling Stories, Abril de 1952.


Operation Syndrome Astounding, Junho de 1954. e em T.E. Dikty's Best Science Fiction Stories and Novels, revista de 1955


"The Gone Dogs", Amazing, Novembro de 1954.


"Packrat Planet", Astounding, Dezembro de 1954.


"Rat Race", Astounding, Julho de 1955.


"Occupation Force", Fantastic, Augosto de 1955.


"The Nothing", Fantastic Universe, Janeiro de 1956.


"Cease Fire", Astounding, Janeiro de 1956.


"Old Rambling House", Galaxy, Abril de 1958.


"You Take the High Road", Astounding, Maio de 1958.


"A Matter of Traces", Fantastic Universe, Novembro de 1958.


"Missing Link", Astounding, Fevereiro de 1959. também em Author's Choice, ed. Harry Harrison, Nova Iorque: Berkley, 1968.


"Operation Haystack" Astounding, Maio de 1959.


"The Priests of Psi", Fantastic, Fevereiro de 1960.


"Egg and Ashes", Worlds of If, Novembro de 1960.


"A-W-F Unlimited", Galaxy, Junho de 1961.


"Try to Remember" Amazing, Outubro de 1961.


"Mating Call", Galaxy, Outubro de 1961.


"Mindfield", Amazing, Março de 1962.


"The Mary Celeste Move", Analog, Outubro de 1964.


"The Tactful Saboteur", Galaxy, Outubro de 1964.


"Greenslaves", Amazing, Março de 1965.


"Committee of the Whole", Galaxy, Abril de 1965.


"The GM Effect", Analog, Junho de 1965.


"Do I Wake or Dream?", Galaxy, Agosto de 1965.


"The Primitives", Galaxy, Abril de 1966.


"Escape Felicity", Analog, Junho de 1966.


"By the Book", Analog, Agosto de 1966.


"The Featherbedders", Analog, Agosto de1967.


"The Mind Bomb", Worlds of If, Outubro de 1969.


"Seed Stock"", Analog, Abril de 1970.


"Murder Will In", The Magazine of Fantasy and Science Fiction, Maio de 1970.


"Project 40", (three installments) Galaxy, Novembro de 1972–Março de 1973. também em Five Fates, Nova Iorque: Doubleday, 1970.


"Encounter in a Lonely Place", The Book of Frank Herbert, Nova Iorque: DAW Books, 1973.


"Gambling Device", The Book of Frank Herbert, Nova Iorque: DAW Books, 1973.


"Passage for Piano", The Book of Frank Herbert, Nova Iorque: DAW Books, 1973.


"The Death of a City", Future City, ed. Roger Elwood. Trident Press: Nova Iorque, 1973.


"Come to the Party" com F.M Busby, Analog, Dezembro de 1978.


"Songs of a Sentient Flute", Analog, Fevereiro de 1979.


"Feathered Pigs", Destinies, Outubro–Dezembro de 1979.


"The Road to Dune", Eye, Nova Iorque: Berkley 1985.


"Frogs and Scientists, Eye, Nova Iorque: Berkley 1985.


[editar] Não ficção


[editar] Livros não ficcionais


New World or No World (editor), Nova Iorque: Ace Books, 1970 (rascunho).


Threshold: The Blue Angels Experience, Nova Iorque: Ballantine, 1973 (rascunho). Acompanhava um documentário do mesmo nome sobre o time de vôo Blue Angels.


Without Me, You're Nothing (com Max Barnard), Nova Iorque: Pocket Books, 1981.


[editar] Introduções e artigos


Introduction to Saving Worlds, com Roger Elwood e Virginia Kidd. Nova Iorque: Doubleday, 1973. Reimpresso por Bantam Books como The Wounded Planet.


"Introduction: Tomorrow's Alternatives?" em Frontiers 1: Tomorrow's Alternatives, ed. Roger Elwood. Nova Iorque: Macmillan, 1973.


Introduction to Tomorrow and Tomorrow and Tomorrow. Heitz, Herbert, Joor McGee. Nova Iorque: Holt, Rinehart and Winston, 1973.


"Listening to the Left Hand", Harper's Magazine, Dezembro de 1973, pp. 92–100.


"Science Fiction and a World Crisis" em Science Fiction: Today and Tomorrow, ed. Reginald Bretnor. Nova Iorque: Harper and Row, 1974.


"Men on Other Planets", The Craft of Science Fiction, ed. Reginald Bretnor. Nova Iorque: Harper and Row, 1976.


"The Sky is Going to Fall", em Seriatim: The Journal of Ecotopia, No. 2, Primavera de 1977, pp. 88–89. (um artigo um pouco diferente apareceu em The San Francisco Examiner coluna "Overview", July 4, 1976.)


"The ConSentiency and How it Got That Way", Galaxy, Maio de 1977 (pode ser considerado uma história de ficcional)


"Dune Genesis", Omni, Julho de 1980.


Artigos de jornal mais importantes






"Flying Saucers: Fact or Farce?", San Francisco Sunday Examiner & Chronicle, caderno people, 20 de Outubro 20 de 1963.


"2068 A.D.", San Francisco Sunday Examiner & Chronicle, sessão California Living, 28 de Julho de 1968.


"We're Losing the Smog War" (part 1). San Francisco Sunday Examiner & Chronicle, sessão California Living, 1 de Dezembro de 1968.


"Lying to Ourselves About Air" (part 2). San Francisco Sunday Examiner & Chronicle, sessão California Living, 8 de Dezembro de 1968.


"You Can Go Home Again." San Francisco Sunday Examiner & Chronicle, sessão California Living, 29 de Março de 1970. (Refere-se a alguma experiências da infância de Herbert no noroeste)


[editar] Outras publicações


[editar] Poesia


"Carthage: Reflections of a Martian", Mars, We Love You, ed. Jane Hipolito and Willis E. McNelly. Nova Iorque: Doubleday, 1971.


[editar] Gravações em Audio


Dune: The Banquet Scene, Nova Iorque: Caedmon Records, 1977.


Sandworms of Dune, Nova Iorque: Caedmon Records, 1978.


[editar] Entrevistas


Entrevistas com Frank Herbert de 1973 até 1977.


A Plowboy entrevista Frank Herbert, The Mother Earth News, Maio de 1981.


[editar] Bibliografia distribuída por universo


Universo de Duna:






Duna


O Messias de Duna


Os Filhos de Duna


O Imperador-Deus de Duna


Os Hereges de Duna


As Herdeiras de Duna


Universo de ConSentiency:






The Tactful Saboteur


Whipping Star


The Dosadi Experiment


Universo de Destination: Void universe:






Destination: Void


The Jesus Incident


The Lazarus Effect


The Ascension Factor


[editar] Livros sobre Frank Herbert e Duna


Frank Herbert, por Timothy O'Reilly Revista: nenhuma Primeira edição: Nova Iorque: Frederick Ungar, 1980. Versão online desse livro não mais impresso


The Dune Encyclopedia, compilado e editado por Dr. Willis E. McNelly, Nova Iorque: Berkley Publishing Group, 1984.


The Maker of Dune, editado por Timothy O'Reilly, Nova Iorque: Berkley Publishing Group, 1987.


Frank Herbert, por William Touponce, Boston: Twayne Publishers, 1988, ISBN 0-8057-7514-5.


Dreamer of Dune : The Biography of Frank Herbert, por Brian Herbert, Nova Iorque: Tor Books, 2003.
 
Fonte: Wikipédia

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Nelson Rodrigues


"Aos nove anos, na Escola Prudente de Morais, sou considerado gênio por alguns, um tarado em potencial pelas professoras e um maluco pelas alunas. Nessa época, vivo a minha primeira experiência de escritor, ao concorrer a ganhar um prêmio de redação. O Prêmio, dividido com um colega. A história que contei: um adultério - em que o marido mata a mulher a punhaladas. A minha primeira "A vida como ela é." Assim, Nelson Rodrigues narra em suas "´Memórias" (1967) uma situação qie condensa, por um lado, certas obssessões temáticas de sua obvra e, por outro lado, as opiniões controvertidas que cercavam seus escritos e sua personalidade.
Nelson Falcão Rodrigues nasceu a 21 de agosto de 1912 na cidade de Recife, onde viveu até os cinco anos. Em 1917 veio com a familia para Aldeia Campista, no rio de Janeiro. Ao recordar suas primeiras sensações, destaca "o gosto de pitanga e de caju e o cheiro de cavalo, de estábulo. mesmo considerando o mundo um péssimo anfitrião e a viagem a mais burra das experiências humanas, voltei a Pernambuco, na mocidade, retornando à infância e às suas profundas sensações".

Aos treze anos abraça a carreira jornalistica como repórter policial do jornal " manhã", que pertencia a seu pai, Mario Filho. Mais uma vez, o próprio Nelson nos revela o significado dessa experiência: " reportagem policial vai transformar-se para sempre num dos elementos básicos de minha visão de vida. Através dela tive intimidade com a morte (que sempre me apavorou) e nela vi um cadáver pela primeira vez. O jornalismo, daí em diante, passou a ser vital para mim. Tinha, entretanto, intenções literárias - ser romancista, a principal delas. Veio o teatro, porém".

Sua experiência com a morte não se resumiu à carreira como repórter policial. Em 1929, seu irmão Roberto foi assassinado por engano, na redação de "A critica", jornal de linha sensacionalistica, que também pertencia a seu pai. Este morreria de desgosto, ou de "paixão", como dizia Nelson, alguns meses depois. A familia viu-se, de uma hora para outra, condenada à mais extrema pobreza. Nelson foi trabalhar no jornal "O Globo". Pouco depois, ele e o irmão Jofre foram enviados a Campos do Jordão. Ficaram lá quatro anos. Jofre morreu e Nelson retornou ao Rio.

Pressionado pelas dificuldades, resolveu escrever uma chanchada para o teatro, garantia de dinheiro certo. Mas não conseguiu. O resultado foi sua primeira peça, "A mulher sem pecado", estreada em 1941 no Teatro Carlos Gomes. Em seguida veio "Vestido de noiva", encenada em 1943 sob a direção de Ziembinski. Nelson relembra: ´E de repente foi a apoteose, uma coisa incrivel. Todo mundo me chamando de Pirandello. Naquele tempo, todo autor que não fosse um débil mental era pirandelliano".

Na dramaturgia de nelson Rodrigues, a mais importante e renovadora de toda a história do nosso teatro moderno, pode-se observar uma intensa exploração das forças do inconsciente, uma visão desmistificadora e cruel da familia como núcleo de confliutos e desvios, uma revelação dos mitos caracteristicos da sociedade brasileira. Para Sábato magaldi, um de nossos mais conhecidos criticos teatrais, "a personagem rodriguiana abandonou o comportamento convencional para mergulhar nos desvãos do individuo, gritando para o espectador sua intimidade mais onconfessável. Perseguido pela cencura, com oito peças interditadas ao longo de sua carreira, foi acusado tanto de imoral como de reacionário obcecado com estereótipos (dizem que não permitia que sua esposa saisse à rua sozinha).

Seus romances, embora considerados como um aspecto secundário de sua obra, revelam a mesma intensidade no tratamento de situações patéticas e grotescas que sua obra teatral. A origem desses romances está nas crônicas escritas sob o título "A vida como ela é", uma coluna iniciada em 1951, no jornal "Última Hora". Nesses retratos da sociedade carioca, avulta uma das qualidades essenciais do autor: seus diálogos rápidos, flexiveis, diretos e enxutos, capazes de caracterizar, em poucas apalvras, uma situação ou uma peersonagem. Suas crônicas revelam um fabuloso observador da miséria e da fraqueza humanas. Polêmico, provocador, Nelson qualificava-se de "reacionário" e de "uma flor da obssessão", mas ninguém soube captar como ele as neuroses e desventuras do cotidiano de nossa realidade urbana.

Faleceu a 23 de agosto de 1980, no Rio de Janeiro, com uma parada cardiaca.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Revista Manchete de 19/07/1958 - Herois da Suécia


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Revista Realidade Outubro/1970 - Salvador Allende



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Quem é o homem que os socialistas e radicais querem colocar no governo do Chile? O que pensa, o que quer?


Texto de Luis Edgar de Andrade - Fotos de Geraldo guimarães


O rádio acaba de dar o resultado oficial. Salvador Allende, 62 anos, pai de três belas moças e avô de um casal de meninos, está eleito presidente do Chile por uma coligação de partidos de esquerda, encabeçada por socialistas e comunistas. É a primeira vez no mundo que um marxista chega ao poder através de eleições livres. Na sala de visitas de um chalé da Calle Guardia Vieja, o homem gordo, entroncado, de bigodes grisalho, está comovido. Ele sorri:
- A revolução no Chile terá o sabor de pastéis e vinho tinto.
Quem é Salvador Allende?
- Sou tão apenas um homem com todas as fraquezas e debilidades dos outros homens.
Uma vez ele disse, depois de perder três eleições:
- Se eu de novo for derrotado, continuarei lutando. E, se nunca conseguir eleger-me, deverão escrever em meu epitáfio: "Aqui jaz Salvador Allende Gossens, futuro presidente do Chile".


De militar a médico


A vitória de hoje e põe humilde:
- Se eu soube suportar a derrota outrora, porque cumpria uma tarefa, hoje, sem soberba, e sem espirito de vingança, aceito este triunfo, que nada tem de pessoal e que devo à unidade dos partidos populares e às forças sociais que estão comigo.
- O senhor acredita que tomará posse no caso de ser eleito? - perguntou-lhe um jornalista francês, em 1964, quando disputava a presidência com Eduardo Frei.
- Claro que sim - respondeu à queima-roupa.
Desta vez repeliu a insinuação do golpe de Estado, dizendo que "no Chile o Exército é o povo fardado".
Há muitos anos vem preparando o seu esquema militar. Afirma-se em Santiago que o fato de pertencer à Maçonaria, cuja influência no Exército é considerável, contribuiu para sua carreira política. Quando o General Roberto Viaux chefiou o levante do Regimento Tacna, em outubro de 1969, a pretexto de um aumento de soldos, o Senador Allende foi um dos poucos politicos a visitar os militares amotinados. Aliás, dos três candidatos, é o único que fez serviço militar.
Sua babá, ainda viva, Mamãe Rosa, de 82 anos, dá o testemunho.
- Era ummenino danado. Queria ser militar quando crescesse, mas depois se decidiu pela medicina. Os inimigos dizem que, como médico, só assinou atestados de óbito.
- É verdade - ele confirma, bem-humorado -, pois quando me formei, o único emprego que consegui foi um lugar de legista no encrotério, que ninguém queria.
Seu avô, um grande médico, ficou famoso cem anoss atrás, combatendo no Chile uma epidemia de cólera. Nasceu numa familia de médicos. Resultado: em 1926 entrou para a faculdade de medicina. Aluno brilhante. Por sua combatividade, acabou presidente do diretório estudantil da escola e depois vice-presidente da Federação dos Estudantes. Custeava os estudos trabalhando como interno num hospicio. A psiquiatria foi tema de sua tese de doutoramento.
Nos dias agitados que viveu o Chile, durante a única ditadura que teve o país em 160 anos de independência (1926-32), esteve duas vezes encarcerado por ordem do General Ibañez e depois confinado numa cidade do interior.
No começo da carreira, lecionou medicina social na universidade. Os antigos alunos recordam que a aula do Professor Allende era uma espécie de show, aplaudido toda vez que acabava.


Uma carreira paciente


Santiago, 1932. Escoltado por dois policiais, o jovem estudante faz um juramento público e solene diante do caixão mortuário: o de dedicar sua vida à luta social. É Salvador Allende, 24 noas, preso por ter participado de uma manifestação estudantil contra a ditadura. A policia lhe deu uma hora de permissão para ver o cadáver do pai.
O estudante Salvador cumpriu sua palavra. No ano seguinte, foi um dos fundadores do Partido Socialista do Chile e era eleito deputado por Valpariso. De 1937 a 1942 ocupou o Ministério da Saude em um governo de frente popular que chegou ao poder através de uma coligação de partidos muito semelhante à que agora lhe deu a vitória.
Um dia lhe perguntaram qual o melhor lugar do Chile para trabalhar.
- O Palácio de La Moneda, sede do governo - respondeu sem pestanejar.
Foi derrotado sucessivamente por Ibañez, Alessandi e Ferri. Fez esta confissão ao disputar com Frei:
- Faz trinta anos que desejo ser presidente do Chile.
Teve, no entanto, de esperar mais seis. A primeira candidatura, em 1952, foi simbolica. "Un saludo a la bandera", como hoje acha. Chegou em último lugar, com 52000 votos (5,5% do eleitorado). A diferença de votos para o ex-ditador Ibañez: 400 000. Em 1958 perdeu por um triz. Teve 356 000 votos (28,9%) e Jorge Alessandri ganhou com apenas 36 000 à sua frente. Na terceira vez, em 1964, recebeu 975 000 votos, perdendo para Frei por quase 400 000. Finalmente, este ano livrou-se da sina de eterno perdedor. Mas, como não conseguiu ainda maioria absoluta, a Constituição chilena manda que sua vitoria seja referendada pelo Congresso.
- Como vê as eleições do ano 2000?
- Sem minha candidatura ....provavelmente.

Os idolos na parede

O relógio Rolex, que usa no pulso, pertenceu a Fidel Castro. É o resultado de uma troca, em que saiu perdendo. No ano passado Salvador Allende fez uma viagem aos paises comunistas do Terceiro Mundo: Cuba, Coréia do Norte e Vietnam do Norte. Na escla em Havana tinha um relógio com pulseira de ouro, despertador. Fidel viu e ficou encantado.
- Um despertador de pulso! Não diga! Como é que desperta, Salvador? Allende explicou o funcionamento do relógio.
- Vamos trocar? - Fidel propôs na hora - Fou-lhe o meu Rolex, ele vale amis.
- Não vale, Fidel. O meu é de ouro. O seu, de aço.
Mas tanto o primeiro-ministro de Cuba insistiu, que o senador chileno aceitou a troca. No dia seguinte Raul Castro, irmão de Fidel, queixou-se:
- Salvador, para que é que você foi dar aquele relógio ao Fidel? Ontem ele passou a reunião do gabiente a brincar com o despertador de pulso. De instante a instante, a campainha tocava. Ninguém pode trabalhar.

Segue.....na revista